domingo, 21 de fevereiro de 2010

CONSELHOS PARA CAMINHAR

Um dos grandes problemas que tentamos resolver quando nos propomos em fazer uma peregrinação em que é necessário percorrer uma grande distancia em cima dos nossos pés, é o que devemos calçar, para que estes não sofram e que não ganhem as tão dolorosas Bolhas.
Muito pesquisei sobre este assunto antes de fazer o meu primeiro caminho, felizmente encontrei alguns conselhos teóricos que me ajudaram a entender alguns pormenores que se vieram a tornar decisivos, deixarei aqui a minha experiencia vivida ao longo das minhas peregrinações e que me ajudaram de certa forma a que até aos dias de hoje, não conhecer ainda o incomodo doloroso de ter de caminhar com bolhas nos pés. Já me cruzei com diversos peregrinos em que dava medo só de olhar para aqueles pés e o sofrimento vivido na sua caminhada, superado unicamente pela fé que nos leva a rumar ao nosso destino.

OS PÉS
Os pés são o nosso meio de locomoção que sustentam todo o peso do nosso corpo e por tal motivo devem sempre ser tratados com muito cuidado e carinho ao longo da nossa vida pois concerteza que contamos com eles para infrentarmos o nosso dia a dia.
Não á normas de resistencia á caminhada que se possam adoptar de uma forma generalizada a todos, pois cada um tem os seus próprios pés e cada caso é um caso, o nosso peso, a nossa altura, a nossa idade a própria constituição física são factores que diferem de pessoa para pessoa e por essa razão a resistência quer ao cansaço quer ás bolhas vai de igual modo variando.

AS BOLHAS

Na maioria das situações as bolhas acontecem quando os nossos pés não estão habituados a grandes caminhadas, e muitas das vezes também quando não tivemos o devido cuidado de encontrar o calçado recomendado para fazer muitos km em cima dos nossos queridos pés, para tal é de todo recomendado se não está habituado a fazer grandes caminhadas de se ir preparando. Antes de iniciar a sua peregrinação vá fazendo algumas caminhadas começando gradualmente por andar uma ou duas horas e depois ir aumentado até atingir o dia completo que não deve ser superior a sete horas. As bolhas muitas vezes acontecem derivado a uma fricção num determinado ponto do calçado, derivado a calçado inapropriado á caminhada, calçado demasiado largo ou demasiado apertado, meias inapropriadas não deixando que os pés respirem etc. sendo que depois de aparecer a bolha é necessário proceder á sua saturação a fim de evitar males maiores, para tal é muito importante que o peregrino leve consigo um pequeno estojo de primeiros socorros em que deve incluir agulhas e linhas estilizadas, deve-se furar a bolha com a ajuda da agulha e a linha deve ficar dentro da bolha com uma pequena ponta de cada lado, é muito importante que quer a agulha quer a linha estejam esterilizadas pois caso não estejam poderemos alem de ter uma bolha ter também uma infecção o que poderia levar á inviabilização do fim a que nos propusemos.

AS MEIAS

No meu primeiro caminho utilizei apenas meias de algodão, oferecidas com um carinho muito especial da minha mãe, embora tendo exagerado nos km a andar durante o dia (o erro fatal de muitos pés) as meias tornaram-se um bom aliado sendo apenas de salientar o cansaço fruto dos km a mais que não deveria ter percorrido. Mais tarde vim a descobrir na “Decathlon” as meias que hoje me acompanham em todas as minhas peregrinações, são meias próprias para grandes caminhadas em que são constituídas por 77% Poliéster, 16% Poliamida e 2% Elastano, são de facto umas meias muito boas o único inconveniente é o seu preço demasiado caro, no entanto a protecção dos pés merecem com certeza o melhor para que se possa caminhar com conforto e sem dores. Uma outra experiencia que me deu muitos bons resultados foi o de manhã antes de iniciar a caminhada massajar bem os pés com vaselina esterilizada, depois calçar um par de meias finas de algodão e por cima as referidas meias de caminhada, bom tudo isto aliado a um bom calçado e uma boa forma física são sem duvida os melhores argumentos para fazer muitos km a pé. Na aquisição das meias lembrem-se que é sempre preferível comprar um número abaixo do que habitualmente usamos para que a meia esteja sempre justa ao pé e sem criar encorrilhas o que pode levar a criar bolhas.


O CALÇADO

Quando pensei em fazer o meu primeiro caminho, ainda com alguns meses de antecedência comprei um bom par de sapatilhas de uma marca conceituada e durante todo o tempo que antecedia a minha peregrinação foi dando uso ás mesmas para que estivessem bem usadas e moldadas aos pés quando inicia-se a peregrinação. Com esse calçado percorri os 200 km que nos separam de Fátima sentindo-me muito bem a caminhar com elas, no ano seguinte e com as mesmas sapatilhas foram mais 250 km até Santiago de Compostela e aqui também com uma boa gestão dos km a percorrer durante o dia chegava sempre ao fim do dia com vontade de andar ainda mais. Mais tarde na passagem de mais um aniversário recebi umas botas de caminhada de presente de uma pessoa que recordo com carinho, andei com elas durante três meses antes de fazer um novo caminho, aqui vem mais um ensinamento importante os três meses que se antecederam foram muito pouco e neste caminho os pés e as pernas sofreram bastante, sem no entanto criar bolhas apenas cansaço, ou será que as botas para mim não eram tão confortáveis como as sapatilhas?
Mais tarde mais um novo caminho, insisti novamente em levar as botas pois já estavam mais usadas e também queria saber se de facto o problema tinha estado na falta de uso das botas ou se estas não eram para mim o calçado mais adequado. Hoje após ter vivido estas experiencias recomendo vivamente as botas, o problema tinha de facto estado na falta de uso, três meses não é suficiente para dar uso a um claçado antes de iniciar uma caminhada e para mim hoje que preparo um novo caminho as botas serão sempre as minhas aliadas em conjunto com as já referidas meias.
Um ultimo aspecto que me parece importante de referir, é na aquisição do calçado, que deve ser sempre feito na parte da manhã antes de ter os pés eventualmente inchados, e este calçado deve ser justo aos pés sem no entanto serem apertados, note-se que ser justo não é ser apertado, o ser justo vai evitar que os pés andem demasiado soltos dentro do calçado o que poderia levar a criar as tão indesejáveis bolhas.

Bom esta foi a minha exclusiva experiencia e opinião, espero de algum modo poder colaborar com todas as dúvidas que os peregrinos possam ter quanto a este assunto, a todos desejo um BOM CAMINHO

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Vai realizar-se no próximo dia 27 de Fevereiro o 6º aniversário da Associação Espaço Jacobeus - Confraria de Santiago, pelo que todos os sócios e amigos estão desde já convidados a participar a partilhar as alegrias de mais este dia de convívio de peregrinos.
No decorrer desta festa está prevista uma conferência "O caminho de Santiago na sua passagem por Viana do Castelo" pelo Dr. Francisco Sampaio e também será lançado o concurso de fotografia para o ano de 2010 ao mesmo tempo será feita a entrega de prémios do mesmo referente ao ano de 2009, para mais informações consulta o site www.jacobeus.web.pt